Por Paulo R. Käfer
O amigo compra um carrão conversível novinho em folha. As fotos da última viagem da amiga são extraordinárias. A carreira daquele colega de faculdade é um sucesso estrondoso. A empresa do concorrente parece ir de vento em popa. Os amigos das redes sociais parecem que descobriram a “fórmula secreta” da felicidade.
Todos esses estímulos somados aos “ideais de perfeição” fazem com que o ser humano tenha uma ligeira tendência em se comparar com os outros. Você já se pegou se comparando com alguém? Quem nunca?
Quando ainda somos crianças podemos comparar notas escolares e alguns brinquedos que os outros têm e a gente não. Mas quando ficamos adultos, os “brinquedos” são outros: o tamanho do apartamento, a potência do carro, renda, diplomas, a casa na praia, cargos e outras parafernálias mundanas.
Em um mundo extremamente competitivo, onde nem todos conseguem chegar lá, seja lá onde for esse lugar, o hábito da comparação parece marcar presença em vários momentos do cotidiano das pessoas.
Creio que comparar-se a outros não seja de muita utilidade, principalmente porque sem uma consciência elevada, a comparação pode resultar em um dos sete pecados capitais: ela mesmo, a inveja.
Além disso, a comparação pode despertar sentimentos de inferioridade levando a uma baixa autoestima. É quando a grama do vizinho parece ser bem mais bonita, ainda que ela nem sempre seja tão bonita assim como parece…
1 # A imagem que temos de uma pessoa não é a pessoa
Na maior parte das vezes, a comparação não é feita com a pessoa em si, mas com a projeção que é feita dela. Ou seja, a própria comparação nem sempre é realizada com base na realidade, e sim, por meio de inferências ou em relação a uma pequena parcela da realidade.
Quando nos comparamos com o outro, estamos nos comparando com a ideia que fazemos dele, portanto, uma ilusão, já que não temos todas as informações acerca do indivíduo. A imagem que temos de uma pessoa não é ela.
Portanto, se comparar com alguém olhando somente uma parte da realidade pode ser para lá de contraproducente!
2 # Cada ser humano é único
Cada pessoa é única. Isso já é motivo suficiente para evitar comparações. Os outros são os outros e nós somos nós. Parece óbvio, mas não nos lembramos disso quando estamos nos comparando com outras pessoas.
Cada indivíduo tem sua história de vida, seus acertos e tropeços, seu próprio código genético e sua própria impressão digital. E quando se trata de gente não cabe comparação. Portanto não tem sentido sentir-se inferior ou superior a alguém. Cada qual tem seu diferencial e ponto final.
Comparar duas histórias de vida seria como comparar o sol e a lua ou uma árvore e um lago. Cada elemento da natureza tem sua própria beleza. Cada ser humano tem seu próprio caminho. Portanto dispensa comparações.
Além disso, a comparação começa a ficar preocupante quando uma pessoa ao se comparar com alguém, acha que precisa ser como ela ou agir como ela. Na tentativa de ser como o outro, ela própria vai perdendo sua singularidade. O bordão “seja você mesmo” pode até ser um clichê, mas ainda acho uma recomendação bem saudável.
Quando compreendemos profundamente quem nós somos e qual é o nosso papel no mundo, não sentimos necessidade nenhuma de comparações superficiais.
3 # Superar a si mesmo é melhor do que comparar-se com outras pessoas
Por essas e por outras, penso que comparar-se aos outros é perda de tempo. Não é muito mais interessante e produtivo colocar foco no melhor ser humano que podemos ser? Ao invés de olhar para a trajetória alheia, não é mais pragmático e efetivo focar na própria jornada?
Se a competição favorece a comparação, não é melhor competir consigo mesmo ao invés de comparar-se com outras pessoas? Aperfeiçoar a si mesmo dia após dia é a grande tarefa dos que querem ir além do básico e realmente evoluir como indivíduo.
Procurar ser melhor hoje do que era ontem, bater o próprio recorde, perseguir a excelência, superar-se! Essa competição vale a pena. E os grandes vitoriosos somos nós mesmos.
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3 DICAS EXTRAS!
Talvez seja altamente desafiador erradicar completamente o hábito da comparação. Mas é perfeitamente possível enfraquecê-lo. Isso parece ser suficiente para causar um impacto bem positivo na vida.
1 # Reconhecer o impacto da comparação
É bom ser sincero consigo mesmo e reconhecer o quanto a comparação interfere no bem-estar.
Algumas perguntas podem ser úteis. Comparar-se com outras pessoas é bom para mim? Tem alguma utilidade? Desperta bons sentimentos? Traz paz interior? Causa impacto positivo?
Se a resposta for “não”, o jeito é evitar comparações.
2 # Substituir comparação por admiração
A admiração parece ser bem mais interessante que a comparação. Ao admirar alguém de maneira genuína, o sentimento é nobre, elevado. O indivíduo que admiramos é um exemplo para nós. Uma referência positiva e inspiradora.
3 # Tirar o foco da comparação e colocar na gratidão
Ao nos compararmos, olhamos para o que os outros possuem. Quando cultivamos diariamente a gratidão, redirecionamos a atenção e valorizamos aquilo que nós temos. Gratidão gera felicidade!
Há muitas coisas pelas quais podemos ser gratos. Podemos até fazer uma “listinha da gratidão”. Eu tenho o hábito de agradecer quase todos os dias logo que eu acordo pelas dádivas da vida. Para mim funciona: minha mente fica mais serena e meu dia fica mais agradável…
Por falar nisso, agradeço de coração sua visita aqui no blog e espero sinceramente que essas dicas e reflexões tenham sido relevantes e úteis para você.
Grande abraço, paz na mente e até o próximo texto.
Paulo R. Käfer
Diretor e Facilitador da MKaPlus, empresa especializada em ajudar instrutores e facilitadores a terem alta performance e realizarem treinamentos fantásticos. Tem mais de 11 anos de experiências em treinamentos empresariais e é Instrutor da Formação de Multiplicadores – Facilitador Coach ©, com dezenas de turmas realizadas pelo Brasil.
Mais sobre Paulo.
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Nunca li um texto tão esclarecedor sobre um assunto tão atual. Muito bom mesmo, vou refletir muito acerca desse conteúdo e praticar é claro! Mais uma vez parabéns por nos privilegiar com informações tão valiosas para a vida!
Que bom que gostou do texto, Marcelo.
Fico feliz com suas palavras: me inspiram a continuar escrevendo,
Obrigado por seu comentário.
Paulo, ler os seus artigos é sempre uma oportunidade de reflexão!
É impressionante o quanto vocês conseguem abrir a nossa mente e apresentar informações tão peculiares e valiosas.
Agradeço a Deus por ter encontrado essa fonte de inspiração a cada leitura!
Parabéns pelo talento. Sucesso!
Muitíssimo obrigado pelas palavras, Osmar.
É muito bom receber um comentário seu aqui no blog!
Sucesso sempre. Abraço.
Paulo
A cada texto um aprendizado, muito bom, excelente, que Deus continue iluminado vocês, para que possam continuar evoluindo nesta caminhada e consequentemente distribua sementes neste sistema o qual eu e milhares de pessoas fazem parte.
Gratidão!
Joelma
Que bom que você gosta dos textos, Joelma.
Muito obrigado pelo comentário.
Belo texto ! Parabéns pela maneira simples e criativa na abordagem desse tema . Gostei muito !
Muito obrigado por acompanhar o BLOG e pelos feedbacks.
Abração.
Olá,
Gostei muito deste artigo. Como posso enviar por e-mail para outra pessoa?
Obrigada e Parabéns. Admiro muito o trabalho de vocês.
Olá Siumara!
Que bom que você gostou do artigo!
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Continue nos acompanhando!
Grande abraço!
Você quis dizer no texto de comparação pessoal?! E sobre a comparação entre empresas (Benchmark)? O que você acha desta prática?