Praticando a gentileza no cotidiano

Por Paulo R. Käfer*

Há poucas coisas tão sofisticadas nessa vida como um gesto de gentileza. Quem a expressa, não precisa de muitas palavras. Já mandou uma gigante mensagem com sua nobre atitude. Transmitiu elegância e irradiou paz e serenidade sem dizer muito: sorriso no rosto, cortesia de sobra, atenção genuína e um comportamento permeado de altruísmo.

Em tempos frenéticos, ver a gentileza se manifestando na fala e na expressão corporal de alguém é como um sopro de ar refrescante em uma tarde de verão. É uma espécie de oásis em meio a um deserto de frieza. É como uma flor deslumbrante contrastando com o terreno inóspito da indiferença.

A prática é espantosamente simples

E como é simples a prática da gentileza em nossa peregrinação diária, em nosso cotidiano. Não é necessário nenhum tipo de recurso, erudição ou talento especial, apenas a vontade de ser útil. Como por exemplo, ajudando alguém com dificuldades a atravessar a rua, cedendo o lugar, dando passagem, sendo cordial no trânsito, elogiando de forma sincera ou simplesmente oferecendo um pouco de nossa atenção.

Aliás, dedicar um pouco da nossa atenção ao outro é um dos presentes mais bonitos que podemos dar para uma pessoa, porque estamos nos importando verdadeiramente com ela, que assim como nós, deseja ter uma vida interessante, com alegria, livre de sofrimentos e angústias.

Uma pergunta norteadora de atos de gentileza em nosso cotidiano poderia ser: como posso ajudar essa pessoa a ser mais feliz? A nossa felicidade está atrelada à felicidade dos outros. Faça alguém feliz e você se sentirá feliz. Isso não é algo abstrato. É prático, tangível. E ser gentil é nunca perder a oportunidade de servir, de melhorar o dia de alguém, de ser essencialmente humano. Nas palavras do escritor francês Joseph Joubert: “a gentileza é a essência do ser humano. Quem não é suficientemente gentil não é suficientemente humano”.

Estamos sendo gentis, quando passamos pelos lugares e os deixamos melhores, quando nossa fala melhora o dia de outra pessoa, quando escolhemos com cuidado as palavras que usaremos e essencialmente quando percebemos as necessidades das outras pessoas e procuramos ajudá-las.

Ser gentil consigo mesmo, com os outros e com a natureza gera um poderoso impacto positivo na convivência humana e nos ecossistemas! Praticar a gentileza no cotidiano edifica um mundo melhor.

Amplificando esse conceito, quando uma pessoa desvia de uma formiga na calçada, ela não está sendo apenas gentil com a formiga. Ela está sendo gentil com a vida.

Quando alguém recicla o lixo e pratica o consumo consciente é gentil com o planeta! Quando o marido escuta a esposa de forma empática, ele está sendo gentil não somente com ela, mas também com a relação, com aquilo que os une.

A gentileza que vem do coração

E para ser autêntica, a gentileza não pode ser fabricada, artificial e burocrática. Tampouco uma espécie de agrado para ser aceito em um grupo. Ser gentil estrategicamente para ganhar algo em troca ou parecer simpático para conquistar a confiança do outro, não pertence à fina arte de ser gentil. A verdadeira gentileza é de natureza incondicional.

A gentileza precisa nascer do coração e não de um script pré-determinado com objetivos calculados. Ou é espontânea ou não é gentileza! Quando há gentileza na sua melhor forma, há um sentimento positivo envolvido na ação, não apenas uma verbalização formal.

Por exemplo, quando as expressões “seja bem vindo”, “tenha um bom dia” e “obrigado” são usadas apenas para obedecer a um protocolo, isso não é gentileza em seu estado mais puro.

Por falar nisso, no campo da comunicação e da linguagem, é notório verificar a gentileza sendo expressa através das palavras, gestos e maneira de falar. E quando a gentileza se ausenta, sentimos sua falta não pelas palavras que estão sendo ditas, mas como essas palavras estão sendo ditas. Por exemplo, se uma pessoa que estiver falando sobre a importância da paz, usar um tom de voz agressivo e hostil corre o risco de parecer completamente incoerente para as pessoas que a estão ouvindo. Faltou um pouco mais de gentileza no falar…

Praticar a gentileza em nossas relações é uma demonstração evidente de sabedoria emocional: um dos melhores antídotos contra a hostilidade é a gentileza. Ao ser gentil com o outro você o surpreende positivamente. É difícil ficar indiferente diante de uma atitude gentil.

O mundo não muda de uma vez só. Muda aos poucos conforme a gente vai mudando e transformando nossas consciências. Criar um cenário mais promissor talvez seja possível se praticarmos a gentileza genuína em nosso cotidiano.

Que tal distribuir gentilezas genuínas por onde você passar, para fazer as pessoas se sentirem muitíssimo bem com sua presença memorável?

Paz na mente, grande abraço e até o próximo texto.


Paulo R. Käfer

Adora ler, refletir sobre a vida, meditar, fazer longas caminhadas e escrever. Ama aprender e ensinar. É Facilitador de Treinamentos e diretor da MKaPlus desde 2004.

 

>>> Mais sobre Paulo.


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2 thoughts on “Praticando a gentileza no cotidiano

  1. Maravilhosa reflexão e indiscutível a presença da gentileza no dia a dia. Precisamos demais praticar a todo momento para que esse mundo se torne mais prazeroso de se viver em paz e harmonia constante. Difícil, sim, mas não impossível, pois o nosso coração pulsa o amor. parabéns!

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