Por Paulo R. Käfer
O sinal verde acabou de aparecer e o motorista de trás “gruda” a mão na buzina nos apressando. Alguém nas proximidades aumenta o volume do som justamente naquele momento em que queremos relaxar após uma semana de trabalho exaustivo. Conversas alheias no cinema atrapalham nossa concentração no filme. Ruídos da cidade abafam o canto dos pássaros. Pessoas falando alto e ao mesmo tempo. Muito burburinho, pouca escuta atenta. Muitas inquietações, pouca quietude…
Vivemos em um cenário agitado e por vezes, barulhento. Silêncio? Ambiente tranquilo? Viraram “artigos” de luxo. Já que é praticamente impossível conter toda essa agitação externa, o jeito é cultivar a quietude. Ou seja, para encontrar equilíbrio em um mundo frenético é preciso aprender a silenciar por dentro.
Assim, escutamos melhor a nossa voz interior e vemos mais claramente o que se passa em nossa tela mental: as ilusões se dissipam, compreendemos a realidade como ela é e a lucidez emerge.
Silenciando internamente, conseguimos entender melhor o outro, o que ele diz, o que ele expressa em gestos e expressões faciais, o que ele sente, quais as suas necessidades e principalmente: o que está além das palavras e dos sons.
Se há quietude na mente, há menos interpretações, julgamentos e análises. Eis a escuta perfeita: quem ouve não interfere no que outro diz. Apenas acolhe, compreende e espera a sua vez de falar.
É interessante silenciar para ouvir com atenção e empatia. Não me refiro apenas ao silêncio exterior que provém de calar. Mas o silêncio interior que emana de uma mente serena. Tão serena como um lago refletindo a luz da lua.
Quando aprendemos a silenciar, algo acontece: mais cedo ou mais tarde a felicidade genuína e a paz interior vem nos visitar.
Na busca do equilíbrio interior, o que conta não é somente a compreensão intelectual em relação ao conceito de quietude, mas principalmente a nossa disposição em praticar: falar um pouco menos, escutar um pouco mais, fazer algumas pausas silenciosas durante o dia, contemplar as ondas do mar, observar o voo de um pássaro, recitar um mantra e por aí vai…
Outra boa ideia é observar sem julgar e pensar antes de falar. Há um conhecido provérbio indiano que diz: “quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que o silêncio”.
Por intermédio da quietude, nos encontramos com nós mesmos e com os outros. O verdadeiro encontro, profundo e intenso, entre as pessoas se dá quando a tagarelice mental cessa e a presença autêntica do ser que somos, aflora.
O silêncio interior abre as portas da reflexão e nos conduz a uma profunda compreensão de nós mesmos e do mundo. Em silêncio, entramos em contato com nossa pura essência, nos conectamos com nossa sabedoria interior e restabelecemos o equilíbrio.
Se estamos em dúvida e hesitantes sobre como agir ou o que fazer diante dos desafios da vida, ficar em silêncio por alguns minutos pode ser útil para encontrarmos a melhor resposta, a alternativa mais viável, a atitude adequada e a ação mais sábia para contornarmos os obstáculos. Se as inquietações espantam o bem-estar, para recuperá-lo uma boa ideia é praticar a quietude.
Aquietando nossa mente agitada, a atenção fica fortalecida, o momento presente é melhor aproveitado e acabamos sendo uma companhia melhor para nós mesmos e claro, para os outros.
Além disso, quando ficamos quietos no nosso canto, podemos pensar com maior clareza e discernimento e responder com mais precisão a perguntas como:
# Quais são minhas reais aspirações?
# O caminho que estou percorrendo tem coração?
# O que posso fazer para ser mais feliz?
# Que mudanças e ações são necessárias para eu ter mais qualidade de vida?
Assim… O cultivo da quietude faz com que a gente encontre a serenidade e a confiança para avançar no caminho do autoconhecimento e das ações elevadas. A harmonia interior é o reflexo dessa prática.
Agradeço de coração sua visita aqui no blog e espero sinceramente que essas reflexões e dicas tenham sido relevantes e úteis para você.
Grande abraço, paz na mente e até o próximo texto.
Paulo R. Käfer
Diretor e Facilitador da MKaPlus, empresa especializada em ajudar instrutores e facilitadores a terem alta performance e realizarem treinamentos fantásticos. Tem mais de 11 anos de experiências em treinamentos empresariais e é Instrutor da Formação de Multiplicadores – Facilitador Coach ©, com dezenas de turmas realizadas pelo Brasil.
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Quietude necessária, para restaurar energia, fazer avaliação e planejar.
Na minha opinião, o texto mostra a quietude como uma estratégia, na busca da paz interior, que resulta da blindagem de ruídos negativos da parte exterior.
Portanto, ao contrário, a inquietude se estabelece quando os ruídos negativos da parte externa, sobrepõe a harmonia ou a paz interior, claro, com a nossa permissão, quando abdicamos da nossa habilidade de concentração ou não “fugimos” desta situação.
Todos sabemos que. o poder de pensar, de falar, de ouvir de agir, pro agir e de concentrar de uma pessoa saudável, física e mental, é uma regra clara do jogo da vida: Ouvir na essência,
falar o necessário, agir na hora certa, tomar decisão acertada e relaxar quando a ocasião exigir.
Nosso desafio é o equilíbrio e a disciplina, o que nos obriga a concentrar, sempre, na qualidade de temas como este, no texto em questão.
Excelente comentário, José.
É isso mesmo. O cultivo da quietude é também uma estratégia para preservar a serenidade, a paz interna e a harmonia frente aos desafios do cotidiano.
É como um trampolim para o bem-estar subjetivo, a chamada felicidade,
Sucesso.
Saber ouvir é um dom.
Auto controle é a base de todo bom negócio.
Quietude sempre!!!!