Por Paulo R. Käfer
Você já percebeu que estamos nos comunicando todo o tempo? A gente se comunica no trabalho, com nossos familiares, quando precisamos pedir alguma informação e também nos comunicamos solitariamente com a gente mesmo: nossa conversinha interna.
E quando estamos diante de uma plateia, expondo nossas ideias ou conduzindo um treinamento não é diferente. Lá estamos nós, usando essa maravilhosa ferramenta: a linguagem, seja ela verbal ou corporal.
Mas falar é bem diferente de comunicar. Até um papagaio fala. Comunicar-se com maestria é outra história: pressupõe compreensão e entendimento do que foi dito.
Então… Como deixar a comunicação “tinindo” ao se deparar com uma audiência exigente, sem tempo e cansada do excesso de informação inútil? É sobre isso que vamos conversar.
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1 # Simplificar!
Utilizar uma linguagem acessível, de fácil compreensão ajuda muito no tocante à aprendizagem. De que adianta falar de modo pomposo se as pessoas não compreenderem a mensagem?
Usar um palavreado erudito e rebuscado nem sempre pode surtir um bom efeito, principalmente quando o que está em jogo não é a retórica do instrutor, mas a aprendizagem e o desempenho dos treinandos.
É bom lembrar que terminologias complexas, estrangeirismos e jargões ininteligíveis podem atrapalhar a comunicação e confundir as pessoas. Por que complicar se é possível simplificar? Aliás, uma das tarefas do Instrutor é simplificar o complexo e de modo algum, complicar o simples.
Evidentemente, isso não significa falar de modo displicente, excessivamente informal ou de forma incorreta. Usar o bom senso é sempre uma boa pedida.
Assim, uma comunicação objetiva e uma linguagem simples podem significar maiores chances de aplicação do conteúdo na prática por parte dos participantes. Afinal de contas, quem iria aplicar algo que viu no curso, mas não entendeu? Não faz nenhum sentido, correto?
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2 # Saber bastante é uma coisa. Saber transmitir o que se sabe é outra bem diferente.
Um ponto importante: saber muito sobre um conteúdo não quer dizer que ele será bem comunicado.
Dessa forma, uma boa estratégia é apresentar o conteúdo “passo a passo”, com uma certa lógica e de forma mais clara possível. Isso facilita a compreensão, principalmente em temas que são menos familiares para os treinandos.
Além disso, a utilização de exemplos e analogias são excelentes durante uma exposição, porque tornam o conteúdo mais palpável, leve e tangível para as pessoas.
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3 # O poder da pausa.
Pessoas que se comunicam bem, sabem utilizar com maestria um recurso poderosíssimo: a pausa. Claro que exagerar nas pausas é tão ineficaz quanto falar sem pausar. O caminho do meio é o ideal.
Então é bom ficarmos atentos para não “falar sem parar”. Nesse sentido frases curtas com um breve silêncio entre elas em geral são mais efetivas do que longas sentenças sem pausas, já que desta forma, há maiores possibilidades de perda de foco e concentração por parte da plateia.
Isso não é uma regra, mas geralmente quando pausamos adequadamente durante nossa fala, transmitimos segurança para nossos ouvintes. Já falar depressa sem pausar pode dar a impressão de que o Instrutor está tenso ou com pressa para terminar o curso.
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4 # Mente serena, comunicação eficaz.
Baseado em minha experiência com treinamentos empresariais e desenvolvimento humano, percebo uma relação direta entre a “qualidade da mente” e a expressão verbal e corporal.
Por exemplo, uma mente que está aflita, com muitos pensamentos desgovernados pode produzir sentenças confusas, desprovidas de sentido, acompanhadas de um gestual agitado e fala veloz, por vezes, hostil.
Ao contrário, uma mente que está serena pode produzir frases coerentes, movimentos corporais suaves e uma fala nem muito lenta, nem muito rápida, com expressões de gentileza.
Geralmente, muito do que acontece na mente, é manifestado na fala ou nas expressões faciais e corporais. Mesmo no silêncio, uma pessoa revela sua inquietação ou calma interior. Nesse sentido, estamos sempre nos comunicando, ou seja, nós somos a mensagem!
Jamais conduzo um treinamento, sem antes fazer minha meditação. Gosto de ficar em silêncio, aquietando minha mente e observando minha respiração. Para mim, a paz mental é o estado mais interessante para “performar”. Afinal de contas, conduzir grupos e lidar com pessoas tão diferentes, com visões de mundo e expectativas diversas é um tremendo desafio. Mas como é bom…
Se cultivarmos bons sentimentos no coração e bons pensamentos na mente, palavras bonitas sairão pela boca. Há um provérbio suíço que diz: “as palavras, como as abelhas, tem mel e ferrão”.
Então… Cada instrutor pode estabelecer um compromisso consigo mesmo de utilizar palavras, expressões e ideias que façam bem para a mente e para o coração de seus treinandos. Como multiplicadores, além de “ensinar”, precisamos “pacificar”.
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5 # A importância da concisão.
Concisão é muito importante, principalmente em treinamentos e apresentações empresariais, onde o que conta é a informação de qualidade, precisa e embalada em um design atraente.
Ser conciso é sobre falar o necessário, sem precisar se estender muito, preservando a profundidade que o tema exige.
Comunicar-se de modo conciso pode exigir um esforço extra, mas vale a pena: requer muita pesquisa, muito conhecimento do assunto e um apreço especial pela plateia. Aliás, sem um mínimo de empatia, o facilitador corre o risco de dizer os mesmos clichês de sempre, se alongando na exposição e fazendo muitos bocejar.
Ao priorizar o conteúdo, é preciso ter claro o que a plateia precisa saber de fato. Uma pergunta pode ajudar bastante, nesse sentido: em meio a inúmeras informações, o que é absolutamente crucial?
Se o facilitador entender a importância da concisão, descartar expressões desnecessárias e ir direto ao ponto, algo pode acontecer: de repente, não mais que de repente, com pouquíssimas palavras tudo que os treinandos precisavam ouvir foi dito.
Espero sinceramente que essas dicas e reflexões ajudem você a ajudar outras pessoas. Grande abraço, paz na mente e até o próximo texto.
Paulo R. Käfer
Instrutor da Formação de Multiplicadores – Facilitador Coach© com várias turmas realizadas pela MKaPlus, empresa especializada em ajudar instrutores e facilitadores a terem alta performance e realizarem treinamentos fantásticos.
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Paulo!!!Ah, como lembrei de você neste último sábado! Preparei um Treinamento com 5 colaboradoras que formei há um ano para a Central de Atendimento do Laboratório. Devido a necessidade de ajustes na performance e instruções para o setor, pensei muito como motivá-las, diante de uma pressão da rotina e da cultura da empresa, que já não é fácil. Ao mesmo tempo era necessário eu tocá-las no desenvolvimento humano também. E aí, fui inspirada no que já levo comigo de experiência, no que absorvi de vocês e na concisão que li no teu artigo e acho que fiz o caminho certo. Comecei tudo com um exercício de gratidão e um texto lido por uma delas. Daí desenrolei o toque humano e cheguei às conclusões necessárias para o resto. Resumindo “FLOW”….lembra? Tudo deu muito certo. Motivei, alertei e consegui no final dar um presente individual chamado Feedback. Foi realmente bacana.. Agora é medir o desempenho daqui dois meses e analisar o crescimento….Um grande abraço e maravilha de texto.
Fico super feliz que o seu treinamento teve êxito, Rita.
Mas não é para menos. Com sua visão de mundo, suas motivações genuínas, sua competência e seu talento, não tem como não ser um SUCESSO!!
Que bom que você gostou do texto. Relatos como o seu me inspiram verdadeiramente a continuar trabalhando na formação de multiplicadores e escrevendo.
Gratidão imensa e grande abraço.
Muito bom este texto sobre comunicação. Para compartilhar, como gerente de loja, durante o exercício da profissão, percebi que o interesse das pessoas facilitam muito nossa comunicação.
Regras são importantes, porém estudar bem o que vai transmitir é tão importante quanto colocar um clima coerente com o evento em si. Esta afirmação veio de experiências mal sucedida, quando queremos treinar e ao mesmo tempo envolver para atingir resultado de campanha, usando apenas nossa capacidade de transmissão, num ambiente comum, que muitas vezes depende do interesse do receptor, motivo pelo qual, estimular se faz necessário.
No meu caso, uma reunião geral, mensal, com duração de apenas uma 1:00, foi substituído por um programa de conscientização, cujo evento, com mesmo tempo de duração, contempla algo mais: Decoração do ambiente, homenagens(aos aniversariantes, aos promovidos do mês,reapresentação de colaboradores novatos, enquetes sobre os temas, palestra técnica e motivacional, proferidas por convidado envolvido e gerente.
Claro que numa palestra com público diferenciado, requer uma concisão e habilidade de transmitir melhor, mas, acredito, se houver um envolvimento do público, facilita, aumenta a credibilidade e torna a comunicação impecável,(neste caso, partindo do princípio, que a comunicação eficiente não será medida somente pelo que falamos e sim pelo que o público entendeu)
Que bom que você gostou do texto, José.
Obrigado por compartilhar seu conhecimento e sua experiência aqui no blog.
Realmente, quando os participantes estão receptivos, engajados e participando ativamente do treinamento, essa interação favorece a aprendizagem.
E para isso acontecer, depende de muitas variáveis, como a abordagem e a postura do Instrutor, a escolha da metodologia e o tempo destinado ao evento, entre outras.
Se você tiver um tempo, caso ainda não tenha lido, talvez goste de ler alguns textos que escrevi que complementam as ideias desse texto, como por exemplo:
– Como despertar a atenção da plateia:
http://www.mkaplus.com.br/blog/multiplicadores-e-facilitadores-de-treinamento/como-despertar-atencao-da-plateia
– 3 maneiras de tornar os treinamentos mais interessantes e efetivos:
http://www.mkaplus.com.br/blog/multiplicadores-e-facilitadores-de-treinamento/3-maneiras-de-tornar-os-treinamentos-mais-interessantes-e-efetivos
Mais uma vez, obrigado pelo comentário.
Sucesso!!
Muito bom o texto.
Simples e consistente. Adorei o pensamento” as palavras, como as abelhas, tem mel e ferrão”.
Obrigada por compartilhar.
É possível obter cópia para compartilhar nos meus cursos de liderança e no FB?
Abraço,
muito bom o seu artigo
Prezados, Paulo e Jaqueline
A cada texto compartilhado um novo aprendizado, que contribui para nós como seres humanos, o universo agradece e muitas bençãos retornam, para que cada dia vocês possam qualificar e sustentar este trabalho grandioso.
Gratidão!
Joelma